para ler ouvindo: the record • boygenius
Se eu falar a palavra ‘amor’, qual vai ser a sua primeira associação? Por muito tempo, na minha cabeça vinham imagens de relacionamentos amorosos, casais e famílias. E talvez seja assim pra você também, já que a gente cresce sendo bombardeado pelo estereótipo do amor romântico em livros, músicas e filmes, sem conversar muito sobre o que é de fato o amor e o que ele significa em nossas vidas.
É como se fosse algo dado, inerente ao ser humano em suas relações, e não construído diariamente. A bell hooks tem um livro maravilhoso e que recomendo pra todo mundo chamado “Tudo sobre o amor”, em que ela se debruça sobre o tema de diversos ângulos (nos relacionamentos românticos, na família, nas amizades, na espiritualidade, etc) e reforça que precisamos abandonar a ideia de que o amor é apenas um sentimento e passar a entendê-lo como uma ética de vida.
Por muito tempo, a minha vida girou em torno de relacionamentos românticos – e, erroneamente, me vi priorizando as escolhas e a vida do outro, abrindo mão de partes de mim. Ninguém me pediu ou exigiu, mas porque eu achava que isso era amar. Por muito tempo, enxerguei o amor como um sentimento a ser vivido.
Mas a verdade é que quanto mais eu penso e converso sobre o assunto, mais eu encontro o amor ao meu redor. Nas minhas amizades. Especialmente nas minhas amizades femininas. Existe uma cumplicidade e uma confiança mútuas que me trazem paz – e como a bell hooks diz, “confiança é a pulsação do amor verdadeiro”.
“Nearly everything I know about love, I’ve learnt from my long-term friendships with women.”
– Dolly Alderton, Everything I Know About Love